Todos os dias deixamos os nossos filhos na EB1/JI Sá de Miranda. Mas sabe quem foi Sá de Miranda? Aqui fica um breve resumo da sua vida.

Sá de Miranda foi um poeta português. Nascido em Coimbra em 1481, Francisco Sá de Miranda era filho ilegítimo de Gonçalo Mendes de Sá (cónego da Sé de Coimbra) e Dona Inês de Melo, nobre e solteira. Existe pouca informação sobre os primeiros anos da sua vida. No entanto, está registada a sua frequência no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra (que na altura ensinava as línguas Latina e Grega). Aí estudou Gramática, Retórica e Humanidades. Acaba mais tarde por rumar à capital, onde se forma em Direito com o grau de Doutor pela Universidade de Lisboa. É aí que passa então de aluno a professor. Nessa altura, em que frequenta a côrte, escreve já cantigas, esparsas e vilancetes. A sua obra é parcialmente incluída no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, de 1516, num total de 13 poesias.

Com a morte do pai em 1521, Sá de Miranda viaja para Itália onde permanece 5 anos. Conhece em itália grandes nomes do renascimento (Pietro Bembo, Sannazaro e Ariosto) e fica impressionado com a estética literária e pelas ideias de então. É no entanto critico da luxúria da sociedade, sobretudo da côrte, face ao abandono dos campos. Na sua viagem de regresso a Portugal em 1526, contacta ainda com outros escritores clássicos espanhóis como Juan Boscán e Garcilaso de la Vega.

Já em terras lusas e com a côrte estabelecida em Coimbra, continua aí a manter contactos frequentes. No entanto Gil Vicente, numa descrição da nobreza de Coimbra, ignora por completo os “Sás”, considerando apenas os “Melos”. Esta atitude leva a que Sá de Miranda não estivesse particularmente confortável entre os muitos admiradores daquele que é considerado o pai do teatro português, que aí predominam. Os comentários, críticas e intrigas que daí resultam, deixam Sá de Miranda numa posição difícil, sendo esta a razão apontada para a sua retirada para o Minho (1535), com passagem temporária por Buarcos.

Já com o título de Comendador da Ordem de Cristo, Sá de Miranda passa os 20 anos seguintes a escrever a maior parte da sua obra literária que lhe é hoje conhecida. Em Amares (Quinta da Tapada) vive na companhia da sua esposa (D.Briolanja de Azevedo) e filhos, usufruindo ainda da herança deixada por seu pai.

Só que uma série de eventos vão influenciar Sá de Miranda. A morte de um dos filhos (Gonçalo) em 1553 e a de sua esposa dois anos mais tarde foram prejudicando a saúde de Sá de Miranda. No ano seguinte o príncipe D.João, seu amigo, morre, e em 1557 o desaparecimento do Rei D.João III, cuja admiração era mútua, continuam a abalá-lo. Tudo isto precedido da morte de Bernandino Ribeiro em 1552 de quem era também grande amigo. Já debilitado e na companhia do seu filho Jerónimo, administra e aumenta os seus bens. Assegura o casamento do seu filho para garantir também a continuidade da Quinta da Tapada mas não completa com a sua assinatura o testamento que entretanto escreve, não assistindo já à celebração do matrimónio de Jerónimo. Francisco Sá de Miranda morre em 1558 com 77 anos.

A par com o seu património literário, Sá de Miranda fica conhecido por introduzir novas formas literárias, como o soneto, a canção, a sextina, as composições em tercetos e em oitavas e os versos de dez sílabas. A sua escrita influência outros escritores do seu tempo, inclusive até o próprio Luís de Camões.

 

Bibliografia